Eu Viajo com Filhos

Os templos do Camboja, e com crianças!

  SIEM REAP? E com criança?

 

 

“E aí? Até agora qual foi a melhor parte da viagem?”

Desde que fomos para Siem Reap, no Camboja, esta pergunta é rapidamente respondida pelo meu filho: “os templos de Angkor!”

Incrível pensar que numa viagem longa, com praias, parquinhos, cinemas, banhos de piscina e cachoeira, Angkor ficou tão marcada!

A capital informal do Camboja é uma cidade encantadora e famosa mundialmente pelas suas ruínas. Ficamos semanas na cidade e compramos o passe de 7 dias para visitar os templos! Foi um acerto! O dia a dia de visita é de certa forma cansativo, e se até os adultos gostam de intercalar passeios culturais com dolce far niente, imagina as crianças – elas precisam!

 

 
            Os templos de Angkor, como são mundialmente
conhecidos, são formados por várias ruínas de um reino que teve seu ápice entre
anos 802 e 1432. Pontos altos são: Angkor Wat, Ta Prohm e Angkor Thom. 

 

Angkor Wat é o mais famoso, seu nome batiza todo o complexo. Ele é enorme e é a figura que imaginamos quando pensamos em Siem Reap ou Camboja. As esculturas de parede são belíssimas e todas contam histórias ou lendas da época, por isso este é um bom templo para ter um guia por perto.

O Ta Prohm, meu favorito, é o mais impressionante pela sua rusticidade, e também famoso pelas cenas do filme Tomb Rider. Neste templo a natureza toma conta e várias raízes de árvores abraçam as ruínas. Estas raízes não podem ser retiradas, pois isso comprometeria a estrutura do templo.

 

Angkor Thom é a cidade murada, composta por vários monumentos. O mais impressionante de todos é o Bayon, que tem 54 torres, e 216 faces, que ilustram muitos livros sobre o tema. Este templo fica belíssimo se visitado de manhã cedo ou no final da tarde, em função dos efeitos de luz e sombra criados pelo sol.

 

Dentre os templos afastados, o mais famoso é o Banteay Srei, o templo feminino. Em função das suas esculturas super delicadas, acredita-se que ele tenha sido construído por mulheres. A equipe suíça que está trabalhando alí criou diversos painéis explicativos sobre a restauração do mesmo. Além disso, a sua localização afastada permite passar por vilas dentro do parque histórico e sentir um pouco da vida que acontece por lá. 

 

As ruínas estão em diferentes estados de conservação. A maior parte delas está sendo restaurada por equipes internacionais trabalhando em conjunto com mão de obra local. É muito bacana visitar, por exemplo, o Ta Phrom num dia de semana, e ver as escavadeiras e todo o time de arqueólogos em ação.

 

Um passeio imperdível, acredito que uma das experiências mais marcantes da minha
vida (meio clichê, mas…), foi ver o nascer do sol no Angkor Wat. Difícil explicar em palavras… Partimos às 5h da manhã na mais completa escuridão. No caminho, o silêncio só era quebrado pelo som dos motores de outros tuk tuks indo na mesma direção. Chegando lá, caminhamos o trajeto de 1km até a frente do templo, onde várias pessoas seguiam num silêncio barulhento, a escuridão só era quebrada pelas luzes dos flashes das câmeras. Depois de cerca de 40 minutos, o barulho que a natureza faz, bichos correndo, etc, mostra que o dia vai começar. Primeiro vem a claridade e aos poucos, o que era apenas um contorno do templo vai tomando forma. Ainda assim, foi só cerca de meia hora depois até que uma correria aconteceu em direção à leste: era ele, um enorme, vermelho, redondo e lindo sol surgindo atrás das famosas torres. Impossível não se emocionar! Meu filho fala até hoje no “dia que acordou de noite”. Alguns templos são pontos estratégicos para ver o nascer ou o pôr do sol. Evite os mais populares, pois são muito cheios e fica difícil ver qualquer coisa além de outros viajantes!

 

 
               Dentro do parque histórico existe uma infra estrutura boa: restaurantes simples com comida deliciosa, banheiros limpos e barraquinhas vendendo frutas cortadas e água de côco. Pode-se entrar de bicicleta ou tuk tuk, que fica à disposição durante todo o dia. Aproveitávamos o trajeto entre um templo e outro para descansar no tuk tuk e ler sobre o próximo templo. Acredito que grande parte do encantamento do meu filho foi em função de lermos para ele um pouco sobre história. Isso aprendemos desde cedo – não menospreze a vontade de conhecer de uma criança. Assim como para nós é muito melhor visitar um monumento conhecendo a sua história, para os pequenos também.

 

Dependendo da sua disponibilidade, pode-se comprar passes para 1, 3 ou 7 dias. É possível, sim, visitar as mais importantes atrações em 3 dias, mas com o passe de 7, pudemos aproveitar bem cada uma delas, voltar nas favoritas e visitar as mais distantes. Cuidados extras com crianças? Os mesmo que temos em casa: protetor solar, um bom chapéu e tênis. Meu filho não viaja mais com carrinho, mas vi famílias empurrando carrinhos de bebê ou mesmo carregando os pequenos nos cangurus. 

 

Informações práticas: 

 

A
grande vantagem das ruínas é que lá as crianças podem correr livremente, subir
em pedras, escalar… É praticamente um parque de diversões natural, que vai
aflorar o Indiana Jones existente dentro de cada um de nós. Não consigo pensar
em um motivo que seja para não ir. Povo amável, simpático, bem informado. O
melhor conselho que eu posso dar? Vá!

 

 

Camile, mãe do Lucas (5 anos)