Depois de três ilhas, chegamos ao nosso último destino: ilha de São Miguel!
A maior ilha do arquipélago (e o post mais longo da série!), tem como principal cidade Ponta Delgada e como principais pontos turísticos….bom…são tantos que melhor contar o que fizemos! Como o nosso interesse era a beleza natural, deixamos um pouco de lado as visitas às cidades.
Chegamos, fomos ao supermercado no centro de Ponta Delgada, demos uma volta rápida e fomos jantar. Como a casa que alugamos (alugamos no booking.com) era fora de Ponta Delgada (30 minutos de carro), aproveitamos para jantar no caminho. Paramos em Vila Franca do Campo, uma cidadezinha a oeste de Ponta Delgada, e jantamos no Restaurante Atlântico; comida ótima, atendimento excelente, bom preço e lindas vistas. Este restaurante não tem web, mas é bem fácil de encontrar…fica na “beira mar” antes de chegar à marina.
No dia seguinte fomos à famosa Furnas. É conhecida pelas suas caldeiras (em permanente ebulição) e piscinas termais. No centro da vila é possível ver as caldeiras em ebulição, com géisers de água fervendo e pequenas fontes, de onde brotam águas minerais, que deixam um rastro cor de laranja (pela alta concentração de ferro). Algumas destas fontes são de água potável. As crianças amam esta parte da ilha…até o Kai, que ainda é pequenininho, ficou surpreso ao ver um “buraco” com água “com bolinhas” e muita fumaça (com um cheiro muito forte de enxofre…”fedido” como diz o Kai). E provar a água das fontes pode ser uma brincadeira engraçada, pois a água é bem azeda e as crianças só sabem disto ao prová-la.
A visita à lagoa de Furnas é obrigatória. Ali preparam o famoso Cozido das Furnas (como um cozido à Portuguesa, mas também servem de carne e bacalhau, feito dentro de um buraco e coberto com terra). Tem uma caminho lindo em volta da lagoa. Também subimos ao vulcão e paramos no Mirador do Pico do Ferro com vista sobre a bonita lagoa. E, na descida, no Mirador do Salto do Cavalo, com vista sobre a cidadezinha de Povoação.
Para fechar com chave de ouro nossa visita à Furnas, fomos ao parque Terra Nostra. Um lindo jardim do século XVIII com uma casa de madeira, que um dia foi a casa de férias de Thomas Hickling (cônsul honorário norte americano em São Miguel) e uma piscina com água termal entre 35 e 40ºC…uma delícia! O Kai no começo não entendeu nada…uma piscina de agua “suja” e quente?!… mas depois adorou, como as outras crianças.
Ainda em Furnas tem a Poça da Beija que são umas piscinas termais e, para os amantes de golfe, há um campo com 18 buracos, que deixamos para uma próxima visita.
Ali também os bolos levedo. Um pão redondo, parecendo uma pita, porém mais alto (mais “gordinho”), e meio doce. Em casa adoramos este pão para fazer misto quente (ou tosta mista, como dizem em Portugal, ou “bikini”, como dizem na Catalunha). Na verdade, este pão é bom de qualquer jeito…até sem nada!
No caminho para a Lagoa do Fogo, passamos pela lagoa de São Braz , por alguns miradores e paramos na fabrica de chá Gorreana ao norte da ilha, na cidadezinha de Maia. Funciona (sem parar) desde 1883 e já passou por cinco gerações. É possível visitar a fábrica e ver como a planta da Camellia Sinensis é transformada no chá Gorreana.
Finalmente do dia chegamos à, tão esperada, Lagoa do Fogo. Linda e mágica! Sobram as palavras…melhor vejam a foto!
Para acabar o dia fomos tomar um banho na Caldeira Velha. O Centro de Interpretação Ambiental Caldeira Velha está em Ribeira Grande, ao norte da Lagoa do Fogo. As duas piscinas naturais onde é permitida a entrada são incríveis e, quando fomos, não havia muita gente. Talvez no verão seja interessante consultar os horários de menor afluência de pessoas, pois o lugar é super bonito e pede tranquilidade. No centro de interpretação é possível ver explicações sobre a formação das diferentes ilhas do arquipélago. O Centro também conta com uma lojinha e vestuários. O Kai adorou!!!! Não queria sair da piscina! Este é um ótimo programa para o final do dia!
Depois de um banho super relaxante fomos jantar no restaurante da Associação Agrícola. Uma das principais atividades econômicas dos Açores é a agricultura e este restaurante demonstra isto com excelência. O prato estrela é o “Bife à Associação” (quando dizem “bife” em Portugal se referem ao “filet mignon”). A comida é deliciosa (este restaurante tem menu infantil), tem cadeirão e lápis e caderninho para pintar para os pequenos, e o pessoal é muito atencioso. Não tem como pensar neste lugar e não dar água na boca!
O terceiro dia foi dia de cetáceos e algumas praias. As Açores são conhecidíssimas pelas colônias de cetáceos residentes e migratórias. As melhores ilhas para vê-los são Faial e Pico. Como somente estivemos um dia em Faial, decidimos fazer o passeio em São Miguel. Existem várias empresas que realizam estes passeios e vários tipos de embarcação. Nós optamos pelo barco maior, e não o semi-rígido mesmo sendo mais divertido, porque o Kai ainda é pequeno demais e não pode se segurar sozinho. Na verdade, como já disse no post Açores com crianças: dicas gerais, recomendo que as crianças sejam um pouco maiores, tipo 5/6 anos, para fazer este passeio. O Kai não se interessou, não via nada e acabou dormindo.
Depois de 3 horas no barco, voltamos a Ponta Delgada e fomos almoçar. Uma grande descoberta! Só o nome já amei: Mané Cigano! Um lugar nada turístico, com uma comidinha caseira bem gostosa. Lá conhecemos um casal muito legal (as mesas são coletivas) que nos deu muitas dicas bacanas de lugares para visitar. Adoramos conversar com pessoas nativas porque sempre nos contam fatos interessantes sobre o lugar!
Aproveitamos a tarde para dar a volta à ilha e ver algumas praias, entre elas: Mosteiros e Ponta da Ferraria a oeste da ilha. Mosteiros é muito bonita pelas formações saindo do mar, mas na Ferraria fizemos algo que nunca tínhamos feito antes: tomar banho de “mar quente”. Pela atividade vulcânica, as rochas estão tão quentes que aquecem a agua do mar em algumas zonas. É muito bacana!
No último dia, como o nosso avião só era à noite, fomos à Sete Cidades. Um lugar incrível! Fica na parte oeste da ilha, no interior da caldeira do vulcão de mesmo nome e na margem oriental da lagoa que também recebe o mesmo nome. O principal da região é a lagoa que é dividida por um pequeno canal e recebe os nomes de Lagoa Azul e Lagoa Verde pelo tom das suas águas. A lagoa também é um ótimo lugar para um piquenique. Tem um caminho de terra que dá quase a volta inteira na lagoa e nele é possível encontrar “cantinhos” lindos e super tranquilos para parar, repor energias e aproveitar de umas vistas lindíssimas. Depois de uma parada para frutas e de dar uma volta pela lagoa, fomos almoçar no restaurante Lagoa Azul. Um restaurante de buffet, com comida caseira e gostosa.
Quando já estávamos prontos para sair de Sete Cidades, decidimos mudar de caminho e dar a volta na Lagoa Azul pela parte de cima do vulcão…conclusão…quase não pegamos o voo. A estrada é de terra/areia e com pendentes muito íngremes e, em uma subida, encalhamos o carro. Por sorte, um pessoal nos ajudou a tirar o carro e um menino nos acompanhou até o final da estrada em um quad. Dica: para quem quiser fazer este caminho precisa de um 4×4.
De tudo o que há em São Miguel, o que me deu muita pena de não poder fazer foi o Ilhéu da Vila Franca do Campo. Esta pequena ilha é como se fosse “um vulcão meio submerso” e, no que seria a cratera, tem uma enorme piscina natural…lindo demais! Para quem for à ilha de São Miguel durante os meses de verão, é um passeio imperdível! Como ainda não era “alta temporada” não havia ninguém disponível para fazer este passeio. Mas também é ótimo não ter feito tudo, assim temos uma boa desculpa para voltar!
Onde Ficar
Nósl ficamos em uma casa na Quinta Velha das Amoreiras. Esta Quinta fica entre Vila Franca do Campo e Ponta da Garça, na parte sul da ilha. O acesso é fácil, embora não esteja nas principiais cidades e tem estacionamento. A casa era bem bacana, com bercinho para o Kai e piscina com umas vistas lindas do Ilhéu da Vila. O ideal é reservar as casas de frente para a piscina, pois as outras não têm vistas ao mar. As casas têm cozinha equipada e, na casa que ficamos (Casa do Alambique), tinha uma varanda na parte de cima com vistas; uma ótimo lugar para um bom café da manha. A Quinta também tem uma piscina natural privada. O acesso não é dos mais fáceis, porém vale a pena descer até lá.
Durante os dias que estávamos na ilha fomos visitar dois hotéis nas Furnas. Primeiro fomos ao Terra Nostra Garden Hotel. O jardim deste hotel é o Terra Nostra Garden. Este hotel tem quartos para famílias e piscina interior, o que para os mais pequenos é excelente!
O outro hotel que fomos foi o Furnas Boutique Hotel. De um bom gosto impressionante, este hotel (juntamente com outros hotéis do mesmo grupo) faz parte da lista de Design Hotels. Dentro de um conceito bem contemporâneo o hall principal conta com uma loja (lobby market) de produtos locais deliciosos (e alguns utensílios de cozinha especialmente desenhados para eles) e com um bar. O restaurante, como em outros hotéis do mesmo grupo, é um dos pontos fortes. À Terra Fornaria tem um menu amplio que agrada a toda a família além do ambiente muito acolhedor. Para os que gostam de dar uma esticadinha depois do jantar (ou do almoço), ao lado do restaurante está o lounge. O hotel ainda tem duas piscinas (uma interior e climatizada) e a zona de spa. Os quartos são confortáveis e, quando necessário, é possível a colocação de berços.
Onde Comer
Como já falei dos restaurantes, só vou fazer uma listinha aqui para ficar mais fácil:
Restaurante Atlântico
Avenida Vasco Silveira 10 – Vila Franca do CampoRestaurante Mané Cigano
Rua Engº José Cordeiro, 1 – Ponta DelgadaRestaurante Lagoa Azul
Rua da Caridade 18 – Sete CidadesRestaurante da Associação Agrícola
Campo Do Santana, Recinto Da Feira – Ribeira GrandeAssim acabaram mais uns dias de férias da nossa família! Quatro ilhas maravilhosas e muitas histórias para contar!
Leia outros posts sobre as Açores:
Açores com crianças: dicas gerais
Açores com crianças: Ilha Terceira