Eu Viajo com Filhos

O que minhas filhas aprenderam viajando

Hoje é dia de blogagem coletiva. E o assunto é delicioso: o aprendizado adquirido nas viagens! Então vamos lá…

Para mim, viajar sempre foi sinônimo de aprender. Viagens abrem a cabeça, desconstroem preconceitos, mostram diferentes formas de viver e pensar. Viajar ajuda a formar cidadãos críticos. Uma vez me perguntaram se eu achava que valia a pena levar crianças para “cidades de adultos”. Demorei para entender o que significava “cidades de adultos” e cheguei a conclusão que seria qualquer coisa que não fosse parques temáticos ou resorts com recreação (nada contra, tá?). Pois bem, depois de entender a pergunta, rebati com um questionamento: seus filhos são curiosos? Então não pense duas vezes. Se eles vão lembrar da viagem, não importa. Não precisamos nos lembrar de tudo que nos inspira, que nos faz evoluir, que desenvolve a nossa capacidade de pensar. Precisamos sentir. É o sentimento que a viagem desperta em nós – adultos e crianças – que gera o aprendizado.

Para começar, acredito que o aprendizado comece pela convivência. E tanto faz se você está indo para perto ou longe, se vai para o sítio da vó na cidade vizinha ou para o outro lado do mundo: longe da correria do dia a dia, do estresse de cobrar a lição, mandar arrumar o quarto ou sair da frente da TV, temos a oportunidade de ouvir nossos filhos, conversar sem pressa, dar uma atenção que nem sempre é possível quando estamos em casa.

Em segundo lugar, vem o óbvio: conhecer outros costumes, outras crenças religiosas, experimentar comidas diferentes, escutar outros sotaques ou línguas, observar diferentes formas de organização de uma sociedade, adquirir cultura, ver na prática o que se aprende na escola.

Aquário de Monterrey, na Califórnia.

E há ainda, aqueles conhecimentos que se adquire quase sem perceber. Aqueles que vão nos impregnando sem que seja possível mensurar. Aquilo que eu falei lá no começo sobre o “sentir”. Vou dar alguns exemplos:

Respeito, tolerância, resiliência:  Na hora do embarque de uma viagem muito esperada e sonhada, soubemos que nosso voo tinha sido cancelado por problemas na aeronave e sairia apenas no dia seguinte. Muitos passageiros ficaram revoltados e xingaram, de forma desrespeitosa, as atendentes da companhia aérea. Aproveitemos esse momento para explicar que as funcionárias estavam fazendo o seu trabalho e que ofendê-las não resolveria o problema. Conversamos também sobre saber esperar, sobre como poderíamos superar mais esse obstáculo para alcançar nosso objetivo final. Sim, nós poderíamos nos adaptar a essa mudança.

Diversidade: Foi em São Francisco, na Califórnia, que a Olivia viu, primeira vez, dois homens se beijando. Ela me fez algumas perguntas e aproveitei a oportunidade para falar sobre diversidade e contar como aquela cidade tinha sido importante na luta pela liberdade de expressão.

Bairro de Mission, em São Francisco, Califórnia.

Valorização: viajar é maravilhoso, mas voltar para casa é melhor ainda. Quando estamos longe, aproveitamos para falar de como somos felizes na nossa casa, com a família que temos, com os amigos que temos por perto. Sentir saudades da cama, da escola e até dos brinquedos faz com que elas valorizem mais o seu próprio lar. E esse é mais um grande aprendizado!

Vista para o letreiro de Hollywood

Veja outros posts desta Blogagem Coletiva:

6 – Família Viagem
14 – Gosto e Pronto
18 – Wanna Disney Pelo Mundo
19 – Com Filhos por aí!
30. Ferinhas Viajantes (Ana Paula Lima)
32- Dicas da Rege
33 – Viajando em Família
34 – Pequenos pelo mundo