Eu Viajo com Filhos

Quando os filhos adolescentes começam a viajar sozinhos

Passei por isso há pouco tempo. Meu filho, o Vicente, de 13 anos, viajou para a Coreia do Sul e para o Japão com os tios. Ele estava superansioso para a viagem. Eu, entrando em pânico. Ele falava do tempo de viagem até lá, dos lugares que queria conhecer e eu só pensava na distância e em como ele iria se virar sem mim. E as roupas, a mala, o passaporte, o dinheiro, o horário para acordar…. Enfim, mil coisas passavam pela minha cabeça.

Por mais que os tios estivessem com ele o tempo todo, fizemos um “combinado” de que ele ficaria responsável por tudo que dissesse respeito a ele, para que a viagem fosse legal para todos.

Dicas práticas para viagem com adolescentes

E, para que tudo desse certo, cuidamos dos preparativos juntos. Listei algumas dicas que serviram para nós e que podem ser úteis para você também:

Pedi ao Vicente que pesquisasse quais os documentos exigidos para o visto de entrada no Japão. Ele se inteirou de tudo e eu agendei o atendimento no Consulado do Japão, em Curitiba. O processo é bem mais simples que o visto americano, mas precisa de certa antecedência. Três meses, pelo menos.

O passaporte estava para vencer, então, fizemos o novo já com a autorização para que ele viaje sozinho em outras situações. Como o pai mora em outra cidade, toda viagem tínhamos que pedir a autorização assinada e autenticada por ele bem antes.

Arrumamos a mala juntos. Ele contou quantas camisetas, bermudas, cuecas e meias estava levando e sabia que não dava para ficar trocando a cada saída, caso contrário, teria que usar as roupas sujas ou gastar dinheiro com lavanderia.

Colocamos um saco plástico grande para ele guardar a roupa suja à medida que fosse usando. Deu certo, veio tudo separadinho.

O Vicente deixou tudo com a tia e pegava apenas a quantia que iria gastar no dia. Ele sabia o quanto estava levando e o quanto poderia gastar. E, para minha surpresa, voltou com dinheiro para casa porque teve mais controle nos gastos.

Fomos ao médico que nos orientou sobre a vacina (nenhuma vacina específica é exigida tanto na Coreia do Sul quanto no Japão) e prescreveu os remédios que o Vicente deveria levar por precaução (febre, dor de garganta, de barriga e para a rinite que ele tem desde pequeno). Anotei nas caixas, qual era indicado para cada caso.

Meu marido e eu aproveitamos para fazer uma nova lua de mel e viajamos no mesmo período. Como o fuso era enorme, combinei com o Vicente de que ele mandaria um WhatsApp sempre que possível, para avisar que estava tudo bem.

Foram quase vinte dias de viagem e deu tudo certo. O Vicente teve autonomia para cuidar das próprias coisas e amadureceu muito, no tempo em que ficou longe das “minhas asas”. Hoje, vejo que, por mais difícil que seja para a gente, os filhos precisam assumir pequenas responsabilidades para crescer e encarar o mundo. A próxima viagem dele, sozinho, já está marcada. É a viagem de formatura do 9º ano para o Costão do Santinho, em Santa Catarina. Estou bem mais tranquila; e ele, mais preparado, com certeza.

Lúcia é jornalista e mãe do Vicente, um menino que já começou sua vida de viajante atravessando o mundo! 

 

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