Como eu viajo muito, tenho um blog e escrevi um livro sobre o assunto, falo muito com mães que gostam de viajar. Todos os dias, conheço uma nova família aventureira, que já desbravou lugares onde pretendo ir um dia, no Brasil e pelo mundo afora. Estas mães têm dicas ótimas, fotos lindas e relatos inspiradores sobre as viagens. Adoro estas conversas e adoro trocas de experiências.
Desmistificando as viagens com bebês
Claro que, volta e meia, encontro alguém que faz alguma brincadeira a respeito de viagens com filhos (e sobre o título do livro), dizendo que “a melhor maneira de viajar sem enlouquecer é deixando os filhos em casa” ou algo parecido. Geralmente, as piadinhas são até bem divertidas! E eu entendo; tem gente que não curte. Eu gosto. Acho que cuidar de crianças dá trabalho, seja em casa ou em outro lugar. Então, prefiro que seja em Buenos Aires, em Manaus ou na Tailândia.
Estes dias um pai falou pra mim que a filha dele era muito pequena para viajar. Ele sabe que comecei a viajar com os meus quando eles tinham meses, e que a Luiza foi para a Tailândia com um ano. Mas, ele não estava falando de mim, ele estava falando dele. Para ele, ela é pequena, ele se sente inseguro.
Claro que, na minha cabeça, fui logo enumerando as vantagens de viajar com uma criança pequena:
• a grande vantagem financeira é que crianças menores de dois anos, em praticamente todas as companhias aéreas, não pagam passagem (ou pagam apenas uma pequena parcela) se forem no colo;
• crianças que ainda mamam no peito precisam de menos cuidado e atenção em relação aos horários das refeições. Com crianças maiores, é preciso achar um restaurante ou um lugar que não seja sujinho demais, que acomode a família, que tenha uma comida razoavelmente equilibrada (nada muito junk), dentro do budget, na região do passeio e antes que a fome tome conta da turma. Com bebês, basta achar um lugar confortável para amamentar e a questão está resolvida;
• outro ponto é que, quem decide o roteiro, são os pais. E só eles opinam, sem cara feia e nem negociações. Se a mãe quiser atravessar a ponte do Brooklyn com a criança no carrinho, pode. Se o pai quiser visitar o Louvre, pode.
As únicas exigências dos bebês são estarem alimentados, trocados e não passar frio ou calor.
Leia outras vantagens de viajar com bebês.
Por isso, a minha dica para quem quer viajar com filhos pequenos e ainda não teve coragem é: imagine que você nasceu nesse lugar para onde pretende ir. Como seria seu dia a dia por lá? Você iria no supermercado, na farmácia, pegaria metrô, faria compras e iria no parque no final de semana? Voilá. Pode arrumar as malas e boa viagem. Ah, quanto mais cedo eles começarem, mais eles vão achar natural.
Conversar nunca é demais!
Desde que meus filhos eram muito pequenos eu conversava (e ainda converso) com eles sobre as viagens. Eu conto sobre o roteiro, para onde estamos indo, se a viagem é de avião ou de carro e quanto tempo leva. Também falo sobre o que faremos, sobre a língua e o clima. Quando a viagem é muito longa, explico quanto tempo eles ficarão sentados, da importância do cinto de segurança e brinco de viajar. Provavelmente, quando eles eram menores, não compreendiam tudo o que eu estava falando, mas eu sempre achei importante falar com eles e prepará-los para a mudança na rotina pela qual eles iriam passar. Acredito que esta conversa, no fim, ajude não só as crianças, mas também aos pais!
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