Nestas férias fizemos uma road trip, uma viagem de carro com as crianças, pelo norte da Argentina. Foram 6.000 km por cidades como Salta, Jujuy, Purmamarca, Tilcara, Humahuaca e Cafayate. A grande atração da região é o cenário, cheio de montanhas coloridas, despenhadeiros e paisagens desérticas. Sem dúvida, é um destino perfeito para ser conhecido de carro!
Não foi uma viagem muito longa, foram 11 dias viajando, saindo de Curitiba. O curioso é que Salta (onde as atrações começaram) fica praticamente em uma linha reta, a partir de Curitiba. Neste post vou explicar o roteiro dia a dia. Nossa ideia inicial era ir até o Deserto de Atacama, porém, como fomos no inverno, o Paso de Jama (um dos pontos onde pode ser feita a travessia dos Andes entre a Argentina e o Chile) estava fechado, por causa da neve.
Na verdade, como havia pesquisado e me informado antes, sabia que isto poderia acontecer. No entanto, havia atrações e paisagens incríveis no Norte da Argentina e decidimos que se não fosse possível chegar ao Chile desta vez, iríamos a Cafayate. Foi o que aconteceu.
As imagens e os relatos da Claudia do Felipe, o Pequeno Viajante foram uma inspiração!!! Vale a pena ver os posts detalhados no blog! Também conversamos com vários amigos argentinos e brasileiros (que não tem blog) que fizeram esta viagem e nos deram dicas preciosas!
Temperatura e clima no Norte da Argentina no mês de julho
Fomos em julho e o clima estava ótimo. A temperatura durante o dia variava entre 16 e 25 graus celcius. P0r ser deserto, a noite (de madrugada) baixava para menos de 5º C, mas não passamos frio pois os hotéis tinham aquecimento. A hora do dia em que sentíamos o frio era na hora do café da manhã, quando ainda não tinha esquentado. Também estava bem frio nas Salinas e nos locais onde a altitude era maior, como o Paso de Jama e na Piedra del Molino. Mas os casacos ficaram dentro da mala quase o tempo todo.
Roteiro dia a dia de carro no Norte da Argentina
Dia 1 – Curitiba – Eldorado (Província de Missiones, Argentina).
Rodamos cerca de 700 km, passamos a fronteira em Dionísio Cerqueira (SC) e rodamos mais 200 km até Eldorado. Não fomos por Foz do Iguaçu pois seria um pouco mais demorado e talvez a fronteira fosse mais tumultuada.
Onde Dormimos: em um hotel da rede ACA (Automovil club Argentino). Não fizemos reserva com antecedência. De forma geral os hotéis da rede são bem localizados, muitos na beira da estrada, limpos e tem preço justo. Nosso quarto tinha uma cama de casal e 2 de solteiro e aquecimento (essencial pois estava bem frio nesta noite). Pagamos 1200 pesos (S$ 80)
Dia 2 – Eldorado – Pampa del Infierno
Rodamos mais 770 km pelo Chaco Argentino. Uma reta interminável e poucos postos de gasolina. A viagem foi super tranquila. Pampa del Infierno é quase uma piada pronta, um vilarejo com muito animais na beira da estrada e 2 ou 3 hoteis e restaurantes beeem simples.
Onde Dormimos: Hotel Bioceânico, o melhor hotel da cidade. 2 camas de solteiro e um beliche. Cobertores e toalhas questionáveis, banheiro que alaga mas água quentinha. Não tinha café da manhã, pagamos 600 pesos (US$ 40).
Dia 3 – Pampa del Infierno – Salta
Chegamos em Salta no começo da tarde. Deixamos as malas no hotel e fomos conhecer o centrinho. Acabamos almoçando a milanesa (prato típico argentino) mais cara da viagem, bem na praça principal. Fomos no Maam e passeamos pelas ruas (fechadas para carro). Terminamos o dia com chave de ouro, vendo o por do sol no teleférico. A temperatudo de dia estava cerca de 20º C, mesmo sendo inverno. De noite chegou a 5 º C.
Onde Dormimos: o Pousada de los Poetas Hotel Boutique ficava um pouquinho afastado do centro (10 minutos de carro) mas foi um dos melhores da viagem. Os dois quartos eram conjugados, com chão aquecido e muito espaço. Cada quarto do hotel tem o nome de um poeta argentino. Pagamos 1400 pesos por noite.
Dia 4 – Salta – Cachi – Salta
Fomos até Cachi e voltamos para dormir em Salta. A Cuesta del Obispo é belíssima, uma das estradas mais bonitas da viagem. O ponto mais alto é a Piedra del Molino, chega a 3.457 metros de altitude. A Reta del Tin Tin, com os cactos enormes também é demais! Na cidade de Cachi havia muitas bandeiras e danças típicas em homenagem aos 200 anos da independência Argentina.
Onde Dormimos: Pousada de los Poetas Hotel Boutique
Dia 5 – Salta – Purmamarca
Mais um dia cheio de paisagens lindas, desta vez um pouco mais urbano, pois visitamos vários vilarejos. Saímos cedo de Salta, passamos por Jujuy, então fomos até Humahuaca, onde almoçamos, passando por Tilcara. Chegamos em Purmamarca, onde fica o famoso Cerro de Siete Colores onde ainda passeamos pelo alegre vilarejo. Assombrosamente bonito!
Onde Dormimos: Colores de Purmamarca – um hotel excelente para famílias. O apartamento é quase um sobradinho que acomoda a família muito bem. São 2 quartos, sala e mini cozinha, com vista para o Cerro. Pagamos 3600 pesos (US$ 240)
Dia 6 – Purmamarca – Salinas Grandes – Passo de Jama – Purmamarca
Saímos cedo rumo as Salinas, onde brincamos bastante tempo. Depois fomos até o Paso de Jama, onde a altitude chega a 4500 metros. Como estava fechado por causa da neve, ficamos algumas horas parados por lá, decidindo se iríamos dormir na região e tentar ir no dia seguinte. Acabamos optando por voltar. A estrada é, mais uma vez, belíssima, desta vez, com mais neve.
Onde Dormimos: Sem reserva, demoramos um pouco para achar hotel, a maioria estava lotado. Acabamos ficando no Posta de Purmamarca. Um hotel muito bom (mas não tão bom quanto o Colores). Ficamos em um quarto com uma cama de casal e uma de solteiro e improvisamos uma caminha para a Luiza. O jardim é muito simpático e tem alguns brinquedos, amarelinha e até lhamas. Pagamos 1600 pesos (US$ 110)
Dia 7 – Purmamarca – Cafayate
Saímos de Purmamarca, passamos por Jujuy e Salta (sem entrar em nenhuma das cidades) e chegamos em Cafayate no fim da tarde. A Quebrada de las Conchas é outro ponto alto da região. Vale muito a pena conhecer esta estrada! Paisagens de tirar o fôlego!
Onde Dormimos: Ficamos muito bem instalados no Altalaluna, um hotel de uma bodega em Tombonzon, que fica em uma casa colonial muito bonita, no pé das montanhas. Pagamos 3400 (USD 230) para 2 quartos, uma ao lado do outro.
Dia 8 – Cafayate
Começamos o dia com um passeio a cavalo por paisagens lindíssimas que incluem montanhas, cactos, ruínas de casas de muitos séculos atrás e moinhos da época dos jesuitas. Nosso almoço foi em uma das principais bodegas, a Piatelli. Passeamos pelo centrinho mais uma vez para nos despedirmos da cidade encantadora.
Onde Dormimos: Novamente no Altalaluna
Dia 9 – Cafayate – Presidencia Roque Sáens Peña, Chaco
Viajamos durante o dia inteiro, mais de 730 km e escolhemos um “atalho” para não passar por Salta e contornamos a Cabra Coral. Mas pegamos cerca de 50 km de estrada de terra sinuosa e deserta – o que nos deu um certa insegurança. Ainda bem que era dia.
Onde Dormimos: Escolhemos o Las Curiosas, um hotel um pouco afastado do centro, mas muito perto da estrada. Recomendo para quem quer perder pouco tempo na chegada e na saída. Ele é quase um hotel fazenda, com cabanas/bangalôs e prepara as refeições com ingredientes locais, com muito capricho. Nosso quarto era simples mas ficamos bem acomodados, com uma cama de casal e um beliche. O ponto negativo é que o chuveiro não tinha box. Pagamos 1200 pesos (US$ 80)
Dia 10 – Eldorado
730 km de viagem, passando por Corrientes. Foi a primeira vez que pegamos trânsito na estrada por causa de uma ponte em reforma. Nossa ideia era talvez ir até o Brasil mas acabamos parando em Eldorado.
Onde Dormimos: repetimos o hotel do primeiro dia, o ACA de Eldorado
Dia 11 – Curitiba
Último dia viagem, saímos cedinho da Argentina e no fim da tarde já estávamos em casa!
Ainda tenho muito para contar, mas um post só não é suficiente! Aguardem!
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Leia os outros posts desta viagem:
Purmamarca e o cerro de los 7 colores
Adoramos o relato!
Estou programando fazer essa viagem com meu marido. Muito obrigada pelas dicas valeu mesmo!!
EXCELENTE.
Amigo pretendo fazer mesmo trageto até spa apenas com creta 2.0.
O Amigo percebeu algo anormal no veiculo? devido altitude
meu whats 46 98412 9800
Para nós foi tudo tranquilo, nenhum inconveniente. Acho que os carros são os mesmo aqui e lá.
Olá!
Adorei o relato, muito detalhado e nos faz ter vontade de fazer.
Há alguma recomendação sobre o melhor período do ano para ir até lá ou o tipo do carro com o qual seja recomendado ir até lá?
Obrigada.
Oi Gisele,
Que bom que você gostou! A maioria das estradas é boa e bem sinalizada, então você pode viajar com o mesmo tipo de carro que costuma viajar no Brasil. Sobre a melhor período: inverno faz dias bem frios e secos, mas é alta temporada. Outono e primavera também podem ser uma ótima opção, clima mais ameno e não tão cheio. A época de chuvas é o verão, nesse caso é importante estar com um carro 4×4, pois muitos rios transbordam.
Ola. Super obrigada pelo post. Gostaria de saber se foi tranquilo para todos a questao da altitude. Vou em outubro e só eu dirijo, entao to um pouco preocupada.
E.gostaria de sabee se um carro popular é tranquilo. Na rent cars só tem opçao do nissan versa e toyota yaris. Pode me orientar?
Ola, tudo bem?
Nos locais onde fomos no norte da Argentina, não tivemos problema com o fato do carro não ser 4×4. Se você realmente atravessar os Andes, no CHile, na região do Atacama, tem vários passeios que só são possíveis com 4×4.
Sobre a altitude, o único local onde sentimos um pouco foi na fronteira com o CHile, o lugar mais alto. Nas cidades não chegamos a sentir.
FOi uma viagem bem tranquila, sem imprevistos ou sustos. mas é muito importante você ficar atenta as regras da Argentina, equipamentos etc.
obrigado pelo Relato , estou agora na estrada saindo de Belém do Pará para Salta .
Que bacana!!! Espero que gostem como eu gostei!
e os pedágios na argentina? tinha muitos
Oi Patrícia, vou para essa região em setembro com duas crianças pequenas e estou preocupada com o mal da altitude, biqueira vc falou que não tiveram problemas. mas vcs chegaram a fazer algum preparativo, tomar chá de foca ou aquelas balinhas que vendem em farmácia?
Oi, tudo bem?
Não tomamos nada. Nós, os adultos, ficamos um pouco mais zonzos então ficamos mais lemtos, mas as crianças não se sentiram mal 🙂