viagem com filho autista

“O novo é difícil em uma viagem com filho autista. A chegada nos lugares é a parte mais tensa. Depois que descobri que temos direito ao atendimento prioritário no aeroporto, comecei a usar e facilita muito pra gente”, conta Andrea Mayerle de Oliveira, mãe da Maria Eduarda (15 anos) e do Pedro (13 anos), diagnosticado com TEA – Transtorno do Espectro Autista aos 3 anos de idade.

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Pedro nas Cataratas do Iguaçu, em Foz do Iguaçu/PR

O Pedro é um garoto viajado! Adora ir à praia, já pegou 14 horas de estrada saindo de Curitiba em direção ao Uruguai, se divertiu nos parques da Disney — que oferecem assistência e acesso prioritário para pessoas com TEA — conhece vários destinos no Brasil e logo vai voltar para a Califórnia, nos Estados Unidos.

Viajar faz bem

“O hábito de viajar fez a gente lidar melhor com a não-rotina e conhecer os limites do Pedro. Meu filho tem autismo moderado a severo, fala pouco, mas percebo que quanto mais ele viaja, mais fica à vontade para se divertir. O melhor de tudo é ver que ele está incluído em um momento de lazer e conhecendo coisas novas”, conta a mãe.

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Pedro em Colônia, no Uruguai.

Dicas para viagem com filho autista

Andrea conta como é a preparação para as viagens. “O tempo todo é treino. Vou criando situações como fazer o Pedro dormir em uma cama que não é dele. Na nossa casa, ele é o último a ser servido durante as refeições porque precisa aprender a esperar.”

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A família do Pedro em São Francisco, Califórnia/EUA.

Depois de escolher o destino, a mãe também planeja uma rotina dentro do possível. “Quando fomos para o Beach Park, em Fortaleza, decidimos ficar no hotel dentro do parque. A gente curtia as piscinas e quando percebia que o Pedro precisava de um tempo para ele, voltava para o quarto para descansar por 20 minutos. Eu me planejei para isso e foi ótimo pra todo mundo.”

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Pedro com a irmã Maria Eduarda no Beach Park em Fortaleza/CE.

Coração de mãe de autista

A mãe do Pedro deixa uma mensagem sincera e inspiradora para quem vai viajar com filho autista pela primeira vez:

“Toda viagem vai ter alguma coisa que não deu certo, mas eu deleto o que a gente não conseguiu fazer. Se aconteceu uma coisa ruim, eu me apego a 10 coisas boas que aconteceram. Se foram duas ruins, me lembro de 20 boas. A gente tem que ir. Faça a primeira viagem e guarde sempre o melhor dela”, diz Andrea.

Karina Hirami é jornalista e mãe da Bia de três anos.

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2 COMENTÁRIOS

  1. Muito boa a matéria e muito bom conhecer as estratégias usadas pela Andrea! Sou autista leve e estou em processo de adoção de um menino autista moderado de 6 anos. Gosto muito de viajar nas férias e estava preocupado com relação a isso, porque não gostaria de viajar sem meu filho e muito menos poderia deixá-lo em casa. A experiência da Andrea, do Pedro e da família me deram esperança e me ajudaram a pensar nessas estratégias. Obrigado!

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