No último feriado, fomos eu, meu marido e meus dois filhos para São Paulo. Quem me conhece sabe que eu troco tudo por uns dias no mato, rodeada de muito verde, paz de espírito e o som dos passarinhos. Então, encarar quatro dias em São Paulo com filhos com pequenos e um barrigão de quase seis meses numa das maiores metrópoles do mundo, não é o que eu chamo de descanso. Mas vou contar aqui para vocês que São Paulo pode ser sim muito sossegada e relaxante: no feriado!
Acabamos optando por “Sampa” pois sempre vamos para lá a trabalho ou para alguma consulta médica, e todas as vezes volto com aquela sensação de que poderia ter aproveitado uma das milhares opções culturais e de lazer que a cidade tem a oferecer. Portanto, dessa vez combinamos com os meus cunhados que moram lá de fazer um feriado com uma programação bacana para as crianças. Eu só não imaginava que poderia ser tão gostoso e tranquilo para nós como família.
A tranquilidade já começa na ida. Fomos de avião, então não tivemos que nos preocupar nem com trânsito nem com longos vôos. 45 min e já estávamos no nosso destino, prontos para curtir o dia. Do aeroporto, só deixamos as malas no hotel e fizemos um almoço rápido, mas super gostoso num restaurante chamado Pecorino. Massinhas gostosas, hom-made e com sabor de casa de vó.
O que fazer em São Paulo com Filhos
MUSEU DO FUTEBOL
Saindo de lá fomos visitar o Museu do Futebol, no Estádio do Pacaembu. Nem eu, nem meu marido, nem ninguém da nossa família é grande fã de futebol. Muito pelo contrário. Somos o tipo de pessoas que só lembram de amar (ou odiar) os jogadores em época de Copa do Mundo. Mas curiosamente, meus dois filhos são aficionados. Torcedores apaixonados mesmo. Então lá fomos nós tentar entender a grande mística dos canarinhos (e de todas as outras camisas dos times brasileiros que tanto empolgam multidões).
Preciso confessar que a emoção do esporte acaba te envolvendo e, quando você vê, se pega lembrando de onde você estava quando o Baggio perdeu aquele penalti na final de 94; com quem assistiu – descrente – o fatídico 7×1 conta a Alemanha ou reafirmando para si mesma que nunca mais verá uma dupla como Bebeto e Romário. Não sei explicar. Provavelmente seja o sentimento de torcer por um mesmo time num momento que o país está tão dividido e polarizado. Mas confesso que senti uma emoçãozinha de ser brasileira e testemunhar tantos grandes feitos que nossos atletas conquistaram ao longo do tempo. Longe de mim dizer que nosso futebol é perfeito. Mas que é um dos mais lindos do mundo, isso é. E no final das contas, é esporte, é saúde, é emoção. É tudo o que eu quero para os meus filhos. E não preciso nem dizer que eles amaram cada descoberta, ver informações sobre todos os títulos, todas as Copas e principalmente fazer o chute a gol na saída. Diversão na certa. A verdade é que acabei curtindo tanto quanto eles um programa que, para mim, não tinha maiores pretensões.
DIA DE FOLGA E MUSICAL ANNIE
O dia seguinte não tínhamos programado nada, então de manhã as crianças curtiram a piscina do hotel. A piscina na verdade era uma raia, mas foi o suficiente para fazer a alegria dos meninos e para nos darmos conta que nem sempre é preciso um parque aquático para se divertir. E nesse ócio criativo, o Henrique conseguiu até fazer amizade com uma joaninha que passava por ali.
Fizemos um almoço preguiçoso em família, no restaurante Corrientes 348., daqueles que se estendem pela tarde e a gente consegue colocar todo o papo em dia. Saímos do restaurante já no meio da tarde e fomos dar uma voltinha no shopping, mais para fazer hora do que para fazer compras. De lá, voltamos para o hotel para descansar. Deu para ler, para conversar com os meninos sem pressa e para tirar uma soneca. Acabei percebendo que momentos vazios são essenciais para as viagens. Programar cada minuto do seu dia no destino escolhido pode tornar as coisas cansativas e, o que era para ser prazer, vira obrigação.
A noite fomos assistir o musical Annie, no teatro Santander. Eu estava um pouco receosa que os meninos não fossem gostar ou que não se envolvessem. Mas o musical é tão bom e tudo é feito com tamanha excelência (dos figurinos às atuações) que não tem como não adorar. O elenco conta com o Miguel Falabella e Ingrid Guimarães que, claro, dão um show. Mas as meninas são tão encantadoras e os outros atores tão completos, que não dá para atribuir todo o sucesso só aos dois protagonistas. Os meninos adoraram, se divertiram e se emocionaram. E no final, ainda demos sorte de encontrar a própria Ingrid Guimarães no estacionamento (desconto para a mãe grávida que esqueceu de registrar o momento com uma foto!).
KIDZANIA
Para o nosso terceiro dia, já tínhamos ingressos para o Kidzania. Eu admito que fui para esse programa completamente despreparada. E apesar de todos os avisos do quanto as atividades são concorridas e o quanto é bom se programar com antecedência, eu confesso que não o fiz e uma pontinha de mim agora se arrepende. O que acontece é que no momento que você coloca o pé lá dentro você é bombardeada com tanta informação, não disponibilizam um mapa (parece que tem no aplicativo que a mãe despreparada aqui não baixou), e tem uma ambulância e um carro de bombeiros com sirenes que cruzam o teu caminho de 10 em 10 minutos, o que te deixa completamente zonza.
A minha avaliação geral do parque é que a proposta é muito interessante: uma mini cidade onde as crianças podem assumir vários papéis, brincar de várias profissões e desenvolver diversas atividades, mas a organização deixa muito a desejar, já que a maioria das atividades tem hora marcada para começar, só atendem entre 6-10 crianças por vez e duram cerca de 15-20min cada. Conclusão: as crianças acabam passando mais tempo na fila do que nas atividades. E eu correndo de um lado para o outro, com barrigão a postos, tentando conciliar as atividades dos meus dois filhos. Ufa! Não foi fácil. Mas mais para o final do dia, já tínhamos entendido melhor a dinâmica do parque e o público também tinha diminuído, então os meninos puderam aproveitar um pouco mais. Eles foram na fábrica de balas, no laboratório, no futebol, no estúdio de Youtuber, na Universidade e na empresa de segurança de valores. Acabaram não querendo ir no bombeiro – o mais famoso – por falta de interesse mesmo, porque no final do dia estava sem fila. De qualquer forma, as crianças se divertiram e gostaram muito do passeio. Acho que é isso que vale, né?
PINACOTECA
Nosso ultimo dia em São Paulo foi na segunda-feira, e aproveitamos para ir na Pinacoteca do Estado. O projeto do Paulo Mendes da Rocha, por si só já é um show a parte. Ver tantas obras de peso de artistas brasileiros e estrangeiros é verdadeiramente um prazer, e poder mostrar tudo isso para os meus filhos é uma satisfação sem tamanho.
Para a Pinacoteca eu tinha feito a minha lição de casa e já fui sabendo que eles tem um programa super legal para as crianças. Lá eles emprestam uma espécie de “kit de detetive” com uma lupa, um binóculo e fichas que trazem detalhes das obras de uma determinada sessão do museu, e as crianças tem que encontrar aqueles detalhes nas obras de verdade. É simplesmente incrível! O envolvimento das crianças é totalmente outro pois, além de incentivá-los a olhar as obras com olhares mais cuidadosos, as fichas trazem curiosidades e informações sobre as mesmas. E tudo passa a fazer muito mais sentido para as crianças. A única dificuldade é manter as mãozinhas longe das obras já que, na hora que eles identificam os detalhes das fichas, eles ficam tão animados que querem apontar e encostar. Os pais tem que ficar bem atentos! Mas o programa já entrou para o rol dos nossos preferidos na cidade.
Enfim, São Paulo no feriado nos trouxe muitas boas surpresas. Pudemos curtir a cidade com calma e aproveitar os momentos em família sem pressa. Não pegamos fila em restaurantes, não nos estressamos no trânsito e fizemos programas que sempre ficam por fazer quando passamos pela terra da garoa naquela pressa usual. Mas como a maior metrópole do Brasil tem tanto a oferecer, já estamos programando uma próxima visita para ir no Ibirapuera, no Museu do Ipiranga (quando reabrir), no Farol Santander e no Catavento Cultural: num próximo feriado, claro!
Maria Cláudia S. C. Guerios do Blog Babyboom (@blogbabyboom) é mãe do Antonio (7 anos), do Henrique (6 anos) e da Maria Emilia – que está a caminho
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