O que nos levou ao Farol Santander foi a exposição imersiva e interativa “Tarsila para crianças”, inspirada na obra da pintora Tarsila do Amaral. Infelizmente já saiu, mas foi graças à ela que descobrimos que tem muito mais pra se ver neste antigo edifício do Centro de São Paulo.
Farol Santander totalmente para crianças!
A exposição Tarsila para crianças foi criado um verdadeiro portal que transporta os pequenos, médios e grandes para dentro das obras da pintora e desenhista Tarsila do Amaral. O Noah e duas priminhas foram praticamente fagocitados – só pra usar uma palavra bem marcante do movimento modernista brasileiro, do qual a Tarsila fez parte, que propôs fagocitar (digerir) a cultura estrangeira e dar uma roupagem nacional às ideias de fora.
“Criada para ser uma mulher comum do início do século XX, apresentou ao mundo a cultura, as paisagens, o povo e a riqueza da flora e da fauna brasileiras”
Entramos pelo 20º andar, onde tem uma pequena introdução à vida e obra de Tarsila. E logo de cara as crianças são convidadas a colorir criaturas do imaginário da artista que depois são mostradas no telão que toma toda a parede. Ali ao lado dessa área, uma teia de fios desafiam os pequenos a entrar na sala onde os bichos imaginados por Tarsila ficam circulando. A criançada fica louca correndo atrás deles.
No 19º andar, havia balanços e espelhos. Mas o rei do ambiente mesmo é o famoso Abaporu – a obra mais emblemática da Tarsila -, no que provavelmente seria seu tamanho “natural” se a própria artista fosse tirá-lo da tela.
Dica pra quem vai com bebê: só tem fraldário lá no Mirante (no 26º andar) – e haja paciência pra pegar o elevador em alguns momentos.
Farol Santander: um prédio de atrações
E foi graças à Tarsila que descobrimos que tem muito mais pra se ver neste antigo edifício do Centro de São Paulo depois da reforma terminada no início de 2018. O ingresso dá acesso a vários andares com diferentes propostas. Como compramos pelo site (#ficaadica), ficamos até em dúvida se estávamos comprando certo mesmo.
Entrar nesse prédio histórico em si já é uma atração. Seus 35 andares que alcançam pouco mais de 160 metros de altura, garantiram um posto de edifício mais alto da cidade por cerca de 20 anos. Quando foi inaugurado em 1947 (oito anos depois do início das obras), foi considerada a maior construção de concreto armado do mundo. A modernidade tirou todos esses títulos dele, mas mesmo assim suas 1.119 janelas não perdem o charme.
O nome Edifício Altino Arantes sempre foi menos conhecido do que os apelidos “Prédio do Banespa” ou “Banespão” (porque era do Banco Estadual de São Paulo) e, mais recentemente, “Farol Santander”. O novo nome, aliás, é uma bela sacada, unindo o formato lá do alto do edifício, que lembra mesmo um farol marítimo, à proposta de transformar esse antigo prédio em um lugar que aponta pra novas ideias.
Rua João Brícola, 24, Centro. Foto por André Deak para o Arte Fora do Museu (http://www.arteforadomuseu.com.br)
Como eu ia dizendo, quando compramos o ingresso pra exposição da Tarsila foi que descobrimos que teríamos direito a muito mais. A sugestão é começar pelo topo e ir descendo. Lá no último andar, claro, está o Mirante: a decoração de época do hall leva a duas sacadas abertas pro visitante ver Sampa de cima. E, dentro, a tentação das delícias do Café Suplicy.
Aviso aos pais de bebês: este é o único andar com fraldário!
O 4º andar também oferece uma vista incrível das redondezas. Mas não é pelas janelas. O artista Vik Muniz compôs, com seu estilo característico, painéis gigantes da vista de toda redondeza do prédio, utilizando material reciclado da reforma. Tem que olhar com atenção cada sucata usada pra criar as imagens. E se não ficar claro, vídeos da montagem das obras mostram a trabalheira que deu montar essas “fotos”.
O hall de entrada, 2o, 3o e 5o andares são dedicados à história do prédio e das instituições bancárias. O lustre do hall é de abrir a boca, e, no telão, já começam as informações sobre o edifício. O 2o andar traz a ficha completa do Banespão, desde que foi idealizado, até virar Farol.
Já o 3º e 5º, que podem parecer institucional demais, na verdade, são surpreendentes. Todo o mobiliário original mostra como era o banco em 1947, nas agências, e nas áreas da presidência. O som que colocaram de fundo, transporta a gente pra dentro daquela realidade. Dá até abrir uma conta bancária como naquela época.
O 24º andar também é de mostras, geralmente, criadas a partir das mais de duas mil obras do acervo de arte do Santander. Os dois pisos abaixo (23 e 22) ainda estão em construção… veremos as novidades que vão trazer!
Onde comer no Farol Santander
O prédio tem ainda três andares reservados pra experiências gastronômicas, mas essas não estão incluídas no ingresso. No subsolo, dentro do que foi o cofre do banco, está instalada uma filial do requintado bar SubAstor. O ambiente é incrível: aquela porta enorme de cofre e todas aquelas gavetinhas numeradas.
No 31o, uma sala de aula de culinária e, no 28º, um boteco montado, são espaços para eventos. É preciso acompanhar a programação de cada um ou aproveitar os intervalos pra criar o próprio evento fechado. ;p
Outros dois andares que também pedem ingresso à parte, são: o 21º, onde montaram uma pista de skate (atualmente em manutenção), e o 8º, com uma arena com 100 lugares para palestras e debates – cheque a agenda e saiba que dois sábados por mês há encontros sobre empreendedorismo e economia criativa.
Restaurante perto do Farol Santander
Se as opções gastronômicas do prédio não forem do gosto, experimente o restaurante Café Girondino pra manter a viagem no tempo (Rua Boa Vista, 365). Foi inaugurado em 1998, mas procura manter o estilo europeu do tempo dos barões do café em São Paulo.
Ou se for só pra terminar um dia cultural de forma bem doce, desça a rua até a Casa Mathilde, uma tradicional – e deliciosa – doceria portuguesa com uma vista incrível pros prédios antigos dos arreadores (Praça Antonio Prado, 76 – casamathilde.com.br).
Farol Santander
Rua João Brícola, 24, Centro, São Paulo/SP
A exposição Tarsila para Crianças vai até até 23 de fevereiro de 2020
Rua João Brícola, 24, Centro. Foto por André Deak para o Arte Fora do Museu (http://www.arteforadomuseu.com.br)
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A Rê Mesquita é mãe do Noah (3 anos), do Liam (5 meses), e tem rodinhas nos pés. Ela já conhece mais de 15 países, e vem reaprendendo a viajar desde o começo de 20017, quando o Noah nasceu. No meio de 2019, o Liam chegou para reforçar esse aprendizado. O mais importante pra ela é descobrir novos caminhos com os pequenos e não parar nunca de viajar.